Brasil : Um dos últimos países a oferecer vacina gratuita contra HPV

      "A cada ano, cerca de 686 mil brasileiros são infectados pelo papilomavírus humano (HPV). A doença sexualmente transmissível pode provocar câncer de colo do útero, que chega a cerca de 16 mil novos casos por ano no Brasil. Ainda assim, o País está entre os últimos a oferecer no sistema público a vacina usada na prevenção.
      Entre os países da América do Sul, o Brasil é um dos últimos da fila a adotar um sistema de vacinação nacional - Paraguai e Uruguai sequer oferecem a vacina pelo serviço privado. Segundo Tania Cernuschi, coordenadora do programa de vacinação contra HPV da Organização GAVI Alliance, de Genebra, os Estados Unidos, a Suíça e a Austrália estão entre os pioneiros. Eles começaram a vacinar o público alvo um ano após a criação da fórmula, em 2006.[...]" Leia mais

Vìrus HPV relacionado com o câncer de garganta?

Um estudo feito por cientistas britânicos sugere que um terço das pessoas que desenvolveram câncer de garganta já possuíram o vírus HPV. Leia mais aqui.

Câncer de colo do útero


Desenvolvimento da doença

A  transmissão  do  HPV  se  dá  principalmente  pelo  ato  sexual,  através  da
fricção  dos  orgãos  genitais. Ele  se  aloja  na  superfície  do  epitélio  escamoso  do  colo
uterino  devido  à  microtraumas  causados  neste  local  pela  relação  sexual.  Quando
atinge  o  epitélio  pavimentoso, o  vírus  perde  seu  invólucro  protéico  e  o  genoma  viral
atinge  o  núcleo  da  célula, onde  se  estabelece  a  forma  epissomal  provocando  uma
resposta celular local e sistêmica que induz à produção de anticorpos das células de
langerhans  ativando  os  linfócitos  T.  Esta  é  a  primeira  linha  de  defesa  humana,
porém  a  resposta  humoral  não  é  suficiente  para  acabar  com  o  processo  infeccioso,
pois  dependerá  também  do  estado  imunológico  de  cada  pessoa,  e  sua  resposta
celular efetiva.



Retirado de Papiloma vírus Humano (HPV): sua relação com câncer de colo feminino, por Griselda Maria Ávila Encina e Cecília Sá Rodrigues Alves. Disponível em: http://www.corenpr.org.br/artigos/papiloma_v%C3%ADrus_humano_hpv.pdf. Acesso em 07/08/2013.

Você sabia?

Um levantamento realizado pela  Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia, juntamente com o Ibope, em que foram ouvidas 700 mulheres entre 16 e 55 anos, dentre outras informações, apresentou os seguintes resultados:

- 66% das mulheres brasileiras não sabem da relação entre o HPV e o câncer do colo do útero;
- 18% nunca fizeram o exame Papanicolau;
- 76% não relacionam a vacina contra o HPV à prevenção do câncer do colo do útero.

O Câncer de Colo de Útero

O câncer de Colo de Útero é uma das doenças que têm maior incidência nas mulheres e levam à morte no Brasil. O principal agente causador desse tipo de câncer é o HPV, responsável pela ocorrência dos dois tipos de tumores malignos mais frequentes de colo de útero, estando em primeiro lugar os carcinomas epidemoides e em segundo os adenocarcinomas.


Dentre os mais de 100 subtipos de papilomavírus existentes, apenas quatro (16,18,45,56) são considerados de alto risco para incidência desse câncer. Além disso, existe um conjunto de fatores característico  ao grupo de pessoas mais suscetíveis  à doença, que são: baixa imunidade, vários parceiros sexuais, cigarro, falta de higiene e início precoce da atividade sexual.



Inicialmente, o câncer de colo de útero não apresenta sintomas. Os primeiros sintomas a aparecerem são a leucorreia com aspecto escuro e odor, e o sangramento vaginal entre as menstruações, após a menopausa e também depois das relações sexuais. Quando a doença está em um estágio mais avançado, o quadro piora:

a enferma pode ter dores nas regiões lombar e abdominal, hemorragia, obstrução das vias urinárias e intestinos, perda de apetite e de peso e surgimento de uma massa palpável no colo de útero.


Como esse câncer está fortemente associado ao papilomavírus, o diagnóstico também é feito através do Papanicolau, da colposcopia e da biópsia, que assegura o resultado definitivo. Para detectar a localização e o tamanho do tumor, alguns exames como tomografia e ressonância magnética podem auxiliar bastante.



No tratamento, pode ser realizada a cirurgia ou a radioterapia, dependendo do caso. A quimioterapia, normalmente, só é indicada em casos mais avançados.


HPV na gravidez

HPV na gravidez pode levar ao aumento do número de verrugas na região genital, devido às alterações hormonais, baixa da imunidade e aumento da vascularização da região, questões típicas desta fase. 
Se as verrugas genitais estiverem presentes dentro do canal de parto, o médico deverá realizar uma cesária para evitar que o bebê seja contaminado com o vírus.
Não há riscos de que o HPV seja passado ao bebê através da amamentação. A transmissão do HPV acontece pelo contato pele-a-pele, então a mãe pode infectar o filho através de feridas ou da manipulação descuidada.

Tratamento

O primeiro passo para o tratamento do HPV é o diagnóstico. No caso dos homens, ele é bem mais simples, pois devido à forma anatômica dos órgãos sexuais masculinos, os sintomas costumam ser mais facilmente visualizados. Já no caso das mulheres, costuma ser necessária a realização de exames, como o Papanicolau, que consiste na coleta do material do colo do útero para ser examinado em laboratório e a Colposcopia, exame no qual, através do uso de lentes de aumento, observa-se a ação do vírus nas células do trato genital inferior. Caso seja observada alguma alteração nas células, é realizada uma biópsia para verificar se as alterações no tecido são características de pré-câncer ou câncer. Existem outros exames mais especializados capazes de detectar qual vírus provocou a lesão, mas o Papanicolau associado à Colposcopia costumam ser eficientes no diagnóstico.


É importante ressaltar que o papilomavírus pode ser curado espontaneamente, mas também pode gerar um quadro que piore progressivamente. Neste caso, o diagnóstico precoce aumenta as possibilidades de sucesso no  tratamento das lesões, pois este depende do grau delas, do sistema imune do paciente e do tempo de evolução da doença. Quanto maior for este tempo, maiores os danos causados pelo vírus e consequentemente mais agressivo o tratamento.



As menores  lesões e mais superficiais podem ser tratadas quimicamente, usando-se pomadas por exemplo, ou através da cauterização. Já as lesões mais graves necessitam de intervenção cirúrgica, principalmente quando há presença de câncer.



Também é preciso que os pacientes infectados procurem manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e que pare de fumar, para que haja um estímulo ao sistema imunológico do paciente.


Sintomas

Na maioria dos casos HPV não apresenta sintomas.  O único sinal indicativo da infecção é a presença de verrugas, pápulas, manchas ou mucosa.  As verrugas podem aparecer na boca, mãos, pés, garganta e nas regiões anal e genital.




A infecção no homem é mais visível até por conta do aspecto anatômico dos órgãos sexuais masculinos. Apesar de menos frequente, a evolução pode caminhar para um câncer invasivo.


Conheça mais sobre a doença

Obs: a vacina foi recentemente incorporada ao SUS